Natal - Fernando Pessoa
O sino da minha aldeia,
Dolente na tarde calma,
Cada tua badalada
Soa dentro de minha alma.
Dolente na tarde calma,
Cada tua badalada
Soa dentro de minha alma.
E é tão lento o teu soar,
Tão como triste da vida,
Que já a primeira pancada
Tem o som de repetida.
Tão como triste da vida,
Que já a primeira pancada
Tem o som de repetida.
Por mais que me tanjas perto
Quando passo, sempre errante,
És para mim como um sonho.
Soas-me na alma distante.
Quando passo, sempre errante,
És para mim como um sonho.
Soas-me na alma distante.
A cada pancada tua,
Vibrante no céu aberto,
Sinto mais longe o passado,
Sinto a saudade mais perto.
Vibrante no céu aberto,
Sinto mais longe o passado,
Sinto a saudade mais perto.
1 comentários:
Adorei o texto do Fernando Pessoa, vcs sempre nos surpreendem com textos atenciosos e matérias muito interessantes,adoro o Blog, parabéns.
Ana Paula Oliveira
Fabrício - Uberaba - MG
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