segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Arte com Camila Santanioni:


Água para Elefantes

     Matéria dedicada a minha prima Liliane Mendonça que ama a obra!


     Quem não se encantou pela história de “Água para Elefantes” é porque não a conhece, nunca leu ou viu o filme, que sem dúvida é mais romântico. Ficaram de fora informações como o interesse do mocinho do drama por outras mulheres e o assassinato de August pela elefanta, fato que escondeu de Marlena durante toda a vida.
     Na trama o grande vilão Tio Al quer que seu circo, o “Circo dos Irmãos Benzini” seja o maior espetáculo da terra, sua grande ambição é que seu circo seja como o Ringling que dentro e fora da ficção é o maior circo dos Estados Unidos.
     Viajam levando seus shows em um trem de cem vagões por todo país com seus animais, mais de três mil funcionários entre eles técnicos, veterinários e artistas.  Durante o tempo que trabalhei em uma Cia de Circo em Estocolmo conheci o palhaço Horácio Storani, ele me ensinou clown, perna de pau, malabarismo e entre uma conversa e outra descobri... ele já esteve lá. Pedi a ele uma entrevista exclusiva para o blog Mulher Uberaba.

Camila - Horácio, o livro “Água para Elefantes” retrata o Ringling com muito glamour, público garantido, roupas elegantes, alimentação farta, refeitório com garçons, artistas ganhando bem e divisões de classes, uma hierarquia que segue a ordem: empresários, artistas e trabalhadores responsáveis por outras funções, eles não se misturam.  A autora seguiu a risca sua pesquisa ou fantasia um pouco?
Horácio – Obviamente um livro ou um filme dificilmente retrata os fatos como eles realmente são, não tem garçons, não tem comida grátis e não tem uma divisão tão explícita, as pessoas se misturam. Mas enquanto eu li o livro tive vários insights e alguns flash back sobre a vida em um circo itinerante. Durante o período que estive lá vivi algumas aventuras semelhantes as do livro e por vezes me vi em situações semelhantes as vividas pelo protagonista, como ao me deparar com elefantes gigantescos, anões, figurinos elegantes, belas mulheres, mas não tanto como você. O Ringling completou 200 anos quando estive lá, a muito tempo entretêm gerações de um público cativo, tem milhões de fãs que nos recebem muito bem, as pessoas ficam eufóricas quando o circo chega na cidade.  

Camila – Como é a rotina de trabalho, incluindo ensaios?
Horácio – Se é possível chamar de rotina uma vida tão inconstante quanto a horários e lugares, é intensa, muito intensa. Viver em um trem de circo é viver em função de um espetáculo. Ensaia-se muito, trabalha-se muito, e viaja-se constantemente. Enquanto ele esta viajando descansamos, há uma festinha ou outra nos vagões, quando nos instalamos era possível optar entre ajudar na montagem da enorme estrutura como um trabalho extra, ou ter mais um dia de folga para conhecer a cidade, normalmente ao passar por cidades mais interessantes preferia fazer um pouco de turismo, nos apresentamos a tarde e a noite, ficamos aproximadamente uma semana em cada cidade.

Camila – Vi hoje um vídeo na internet, de manifestantes protestando contra os maus tratos do Ringling aos animais, inclusive estão proibidos de usá-los em algumas cidades a pedido da própria população. Você já presenciou algo do tipo?  
Horácio – Sim, umas duas vezes durante a minha estadia presenciei manifestações pacíficas contra a presença dos animais no circo. A maior atração do Ringling são os elefantes, que são verdadeiros artistas, onde não puderem usá-los provavelmente não vão se apresentar.

Camila - Querido muito obrigada pela entrevista!

Horácio – De nada foi um imenso prazer, espero que você me entreviste sempre, espero que tenhamos varias oportunidades de nos encontrar! Quer sair comigo hoje?

Camila – (risos) Tinha que ser palhaço! 

Queridos leitores da coluna Arte com Camila Santanioni do Blog Mulher Uberaba, caso queiram ler mais sobre arte, acessem minha coluna através do link abaixo:

Beijos à todos!!!
Camila Santanioni

1 comentários:

Parabéns Camila! Amei a matéria porque também sou fã do filme.

Beijo grande,

Maria Júlia Oliveira