quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

SAÚDE - Qual é a melhor prótese de mama?


mamoplastia de aumento é hoje a cirurgia mais realizada entre os cirurgiões plásticos brasileiros. Em levantamento recente do Datafolha, ultrapassou a lipoasiração, que durante anos foi a preferida entre cirurgias plásticas. Mas afinal, dentre tantas opções, qual é a melhor prótese de mama?
Esta é uma pergunta sempre recorrente no nosso consultório. Aparentemente uma pergunta simples e direta, sua resposta é bem complexa. 


Vamos agora tentar ponderar vários fatores que influenciam na escolha da prótese de mama ideal.

A paciente

Todos sabemos que cada paciente tem um biótipo, peso, volume e forma da mama diferente da outra. Também a expectativa de tamanho da prótese varia muito. Isso nos leva a crer que uma prótese boa para uma paciente pode não ser a ideal para outra.

O tipo da prótese

A prótese pode variar em forma: redonda ou anatômica (“em gota”). Em projeção: perfil baixo, moderado, alto. Na superfície: lisa, texturizada ou poliuretano. No conteúdo: silicone gel ou salina (soro fisiológico).

O plano de colocação

A prótese pode ser colocada abaixo da glândula mamárea (subglandular), abaixo do músculo (submuscular) ou parte abaixo do músculo e parte abaixo da glândula (dual plane).

A incisão para colocação ou cicatriz

Axilar, submamárea, periareolar, umbilical. Ufa! São muitas variáveis…
Tentando facilitar a compreensão, tentarei dar algumas diretrizes que se aplica na maioria dos casos. A prótese mais usada é a de silicone gel. O gel moderno é coeso e não esparrama se a prótese romper (coisa muito rara neste tipo de prótese). A resistência da prótese de silicone gel é muito maior do que a salina, que rompe e perde volume com maior facilidade, assim como pode apresentar barulho caso uma bolha de ar fique dentro dela.
A consistência à palpação também é mais natural. Por esta razão, quase não se usa prótese salinano Brasil. Nos EUA ainda usam porque o a prótese de silicone gel ficou proibida por um tempo (sem motivo) e agora que foram liberadas, os cirurgiões americanos não tem ainda familiaridade com o silicone. Por isso, a cicatriz umbilical não é comum no Brasil, pois para usá-la, a prótese deve ser salina, a qual é insuflada depois de colocada. Não faz sentido usar uma prótese pior somente para colocar pelo umbigo…
prótese lisa apresenta maior grau de contratura capsular (vulgarmente conhecida pelos pacientes como “rejeição”). A texturizada e a poliuretano tem menor risco. Esta é a razão que a prótese lisa foi praticamente abandonada. A prótese de poliuretano é de difícil colocação, e por isso é colocada mais pela cicatriz submamárea, a qual apresenta melhor exposição e menor distancia até o local onde será inserida.
prótese redonda projeta mais o colo que a anatômica. Isso por um lado deixa mais sexy, por outro lado marca mais a mama e pode deixar um aspecto artificial, muito arredondado. Isso é mais evidente principalmente em pacientes magras, onde a ausência de glândula deixa a prótese mais próxima da pele e mais evidente. Por esta razão é que em pacientes com mamas muito pequenas e que gostam do formato redondo, a escolha do plano geralmente é submuscular. O músculo nestes casos oculta em parte o rebordo da prótese, deixando a mama arredondada e sexy, mas sem marcar tanto e com isso mais natural.
prótese anatômica, pode ser colocada abaixo da glândula nestes casos, pois o seu formato anatômico a mantém com aspecto mais natural. Pacientes com aréola pequenas não podem usar a via periareolar para colocar a prótese, pois não teria espaço para a introdução da mesma.
Afora estas “diretrizes” gerais, existe ainda uma infinidade de variações e combinações entre forma da mama, prótese, plano de colocação e local da cicatriz. Logo, para saber realmente qual seria amelhor prótese de mama para cada caso, é fundamental a consulta com um cirurgião Especialista pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. Somente avaliando o biótipo e ponderando as preferências de cada pacientes é que a prótese ideal poderá ser escolhida com segurança.

Andre Colaneri

Cirurgião plástico, graduado em medicina pela UNICAMP. Membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, reconhecido como um dos principais especialistas da área no Brasil.



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