Estima-se que a cada quatro minutos uma mulher é agredida, seja em seu
próprio ambiente familiar ou fora dele. Trata-se de um problema cotidiano, fruto
das relações de poder entre homens e mulheres na vida doméstica e na sociedade
em geral, baseadas na cultura patriarcal: subordinação, dominação e
subvalorização do sexo feminino. Essa vulnerabilidade cultural atinge todas as
mulheres, independente de idade, raça/etnia, situação financeira ou credo
religioso.
Entende-se por violência contra a mulher qualquer ação ou conduta baseada na
discriminação por gênero, que cause morte, dano ou sofrimento físico, sexual ou
psicológico, tanto no âmbito público como no privado. Assim, a agressão
apresenta diversas manifestações, sendo a mais comum a violência doméstica. Ela
ocorre geralmente dentro de casa, no ambiente familiar ou em qualquer outra
relação interpessoal em que o agressor conviva ou tenha convivido no mesmo
domicílio e que compreende, entre outras formas de violência, maus-tratos,
agressões físicas e psicológicas, ameaças e violência sexual.
Invisível, tendo inúmeros casos não denunciados e quando denunciados, não
punidos, a violência doméstica resulta em diversos danos à saúde da mulher e vem
sendo relacionada com o uso excessivo de drogas e álcool, distúrbios
gastrointestinais, inflamações ginecológicas, dores de cabeça, asma, ansiedade,
depressão e outros distúrbios psíquicos, levando até mesmo a tentativas de
suicídio.
A família ainda é considerada um território fora do alcance da lei. O
convívio social torna-se um obstáculo para a denúncia e cria bases para a
impunidade, pois existe cumplicidade ou indiferença da sociedade com essa forma
de violência. Além disso, interfere na qualidade de vida e no desenvolvimento da
sociedade em sua diversidade. Torna-se urgente um amplo processo de mobilização
social contra a violência doméstica e as demais manifestações de violência
contra a mulher.
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