Em reunião com algumas amigas em casa, uma delas fez uma pergunta. Por que a mulher não pode ser admitida na maçonaria? Eu não soube responder, afinal nunca havia feito essa pergunta para ninguém, mas pesquisei na internet e encontrei o Blog da Maçonaria. E o texto abaixo foi retirado dele. Para quem queira se informar mais segue o link para o blog:
http://blogdamaconaria.blogspot.com/2008/08/mulheres-na-maonaria.html
A não admissão de mulheres na Maçonaria é uma tradição milenar que vem desde os Maçons Medievais, que deles vem sendo transmitida até nós através dos manuscritos dos antigos deveres que serviram de base para a elaboração dos regulamentos dos livros das constituições de James Anderson. Não há nenhum preceito especial que proíba as mulheres de participar da Maçonaria. Talvez a reclamação mais antiga que se conhece é contra essa tradição é da Rainha Elizabete quando no início do reinado, ao tomar conhecimento da existência da Maçonaria, soube não poder se afiliar a ela por ser mulher e assim não participar de seus segredos.
Não sendo um preceito formal pareceria aparentemente fácil esta tradição; pois bastaria simplesmente remover esta tradição. O problema está nas conseqüências de porque em qualquer sociedade a remoção de tradições milenares sempre traz consigo um mundo de contradições entre conservadores e não conservadores, e certamente surgiriam muitas cisões que poderiam levar a Maçonaria a uma grave situação de instabilidade interna de conseqüências imprevisíveis.
Mas na Maçonaria surge um problema adicional. A Maçonaria, apesar de universal, não tem um governo central, ou de uma administração mundial. Os grão-mestrados são todos completamente independentes, entre si, e não há quem os supervisione a não ser nas raras confederações. O que mantém a Maçonaria estável é uma tênue linha de comando mantida por uma série de dúbios landemarques e um regulamento geral maleável vindo dos manuscritos medievais que se baseiam na tradição, e nada mais.
Embora alguns citem a Grande Loja Unida da Inglaterra como um poder soberano, ela não tem nenhum poder de sanção sobre os Grão-Mestrados, pois todos eles funcionam perfeitamente quer sejam ou não sejam por ela reconhecidos. Ademais ela é sempre governada por um membro da Casa Real Inglesa e se ela fosse um poder máximo maçônico estaria toda Maçonaria Mundial submissa a um membro da Casa Real Inglesa já que o Grão Mestre da Grande Loja Unida da Inglaterra é sempre um nobre dessa estirpe. Aliás, o seu próprio nome já o diz, grande Loja Unida da Inglaterra, não da Terra.
Nessa situação, para mudar a tradição seria necessário convocar uma grande assembléia mundial de todos os Grão Mestrados e obter sua unanimidade na aceitação de mulheres. Só pensar nisso já nos dá calafrios.
Uma outra questão a considerar é que nenhum Grão Mestre pode se pronunciar sobre assuntos maçônicos fora da alçada dos seus poderes constitucionais sem que esteja autorizado por seu colégio de veneráveis, pois um assunto assim deverá ter necessariamente o aval das lojas, e os seus veneráveis devem ter a mesma aprovação unânime de seus membros.
Depois de assim, todos os Grão-Mestres estarem devidamente autorizados, seria necessário que se conseguisse unanimidade, ou pelo menos maioria absoluta no referido congresso mundial. Depois disso tudo vem a duvida maior. Quem teria poder para estabelecer as regras para esse magno conclave? Quem teria competência para convocar uma Assembléia assim? E mesmo que isso pudesse ser conseguido, quem teria o poder de promulgar e oficializar ou fazer cumprir a resolução? As próprias associações de Grão-Mestres, por mais poderosas que pareçam ser não têm nenhum poder de ingerência na administração dos Grão-Mestres associados.
Se quisermos evitar um imenso aparecimento de cisões e desentendimentos, creio melhor deixar tudo como está, e lançar uma pergunta: Se as mulheres têm tanto interesse na Maçonaria porque as Maçonarias mistas, ou mesmo as Maçonarias femininas, não progridem?
Pode até ser justo querermos aplacar as nossas consciências pelo fato de não admitirmos mulheres, mas para o bem da Maçonaria é muito melhor deixar como está.
Esta tradição é tão antiga quanto as guildas dos maçons medievais do século IX, quando as mulheres eram socialmente marginalizadas, uma situação que atravessou a Idade Média e a Idade Moderna, e entrou pela Era Contemporânea até ainda as primeiras décadas do século XX.
Isto lembra uma resposta dada pelo Papa João XXIII quando, em visita a América do Norte, recebeu uma comissão de mulheres que lhe foi pedir autorização para exercerem o sacerdócio. Ele disse: Isto é uma tradição milenar que não pode ser discutida.
Fonte: Samaúma - Portal Maçônico
Texto do Saudoso Irm Ambrósio Peters.
A R L S "Os Templários"
GOB/Paraná
Or de Curitiba - PR.
Escritor, Historiador Filosofo e Livre Pensador.
1 comentários:
A tradição milenar não pode afrontar a Carta Magna das Nações democráticas, a exemplo do Brasil, cuja Constituição nivela em direitos homens e mulheres. Razão por que a Maçonaria que prossegue fiel a este anacronismo absurdo, próprio do raciocínio rasteiro da Idade Média, está flagrantemente descumprindo e ultrajando a Constituição cidadã. Urge denunciar, não só o impedimento de iniciação de mulheres na Ordem Maçõnica, mas também o impedimento do ingresso de qualquer portador de necessidades especiais, com domínio de suas faculdades mentais. Ninguem deve submeter, permitir submeter-se ao processo de exclusão que há anos reina na sociedade brasileira. É cláusula pétrea da nossa Constituição. A Instituição impedir ou o cidadão que argumentar favorável ao descumprimento da inclusão social em qualquer segmento, estará sujeito a penalidades, a condenações graves e inafiançáveis.
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